A Loja Comércio e Artes nasceu e foi o berço onde foram geradas definições estritamente políticas em defesa da Independência do Brasil. Esta Loja alcança dois séculos de contribuição em prol de nossa pátria. Entre figuras proeminentes da época, nela se encontravam José Bonifácio de Andrada e Silva e Joaquim Gonçalves Ledo, que convenceram e obtiveram a concordância de D Pedro quanto sua iniciação maçônica, posteriormente assumindo o Grão-Mestrado Geral.
Mas a história dela se liga a Joaquim Gonçalves Ledo, nascido em 11 de agosto de 1781. Político e jornalista que em 15 de setembro de 1821, lançou o jornal “Reverbero Constitucional Fluminense”, combatendo os interesses dinásticos portugueses e reivindicando a constituição de um governo liberal. Foi ele um dos promotores do “Dia do Fico”. Muito modesto, ficou em segundo plano na luta pela Independência. Trabalhou por seus ideais e não por ambicionar cargos, títulos ou honrarias. A história não nega sua grande importância sendo apontado por pesquisadores, como o grande articulador desse movimento, articulação esta conduzida e feita na intimidade da Loja Comércio e Artes.
Antes da Independência do Brasil, dirigiu-se ao Príncipe com as seguintes palavras: “A natureza não formou satélites maiores que os seus planetas. A América deve pertencer à América, a Europa à Europa, porque não debalde o Grande Arquiteto do Universo meteu entre elas o espaço que as separa. O momento para estabelecer-se um perdurável sistema, é ligar todas as partes do nosso grande todo, é este”. Sem dúvida nenhuma foi o grande personagem dentro da Loja Comércio e Artes e da Independência do Brasil.
Em 1808, ainda em Portugal, com 37 anos de idade, escreveu uma carta para o seu irmão Custódio, que se encontrava no Brasil. Disse ele: “Partirei daqui brevemente e acompanhado de mais amigos, irei organizar no Brasil a primeira Loja que será o centro da propaganda liberal do Brasil. Brasileiro, não seguirei os batalhões portugueses nem derramarei meu sangue na defesa dos opressores de minha terra de nascimento, o amado Brasil”.
Com esta carta estava lançada a semente germinadora da Loja Comércio e Artes e assim, em 1815, ela era fundada, de quem Gonçalves Ledo foi Venerável, na linha de que a indicação de seus integrantes deveria atender às virtudes, fervores maçônicos e patrióticos, assim entendidos como atuantes em prol da Independência do Brasil.
Foi dentro desse contexto que em 17 de junho de 1822 a Loja Comércio e Artes, dividida em duas “União e Tranquilidade” e “Esperança de Nichteroy”, fundaram o Grande Oriente Brasílico ou Brasiliano, depois denominado Grande Oriente do Brasil. Por consecução dos objetivos da Independência, D Pedro, inicia-se na Loja “Comércio e Artes” em 2 de agosto de 1822, seguindo-se aos graus de Companheiro e Mestre e conduzido ao Grão-Mestrado Geral do GOB.
Tenho certeza de que estes 205 anos não foram em vão, preenchidos pela coragem, pelo nacionalismo, amor à pátria, sendo símbolo para que os maçons de hoje, como Gonçalves Ledo fez, tendo a Loja Comércio e Artes como berço, se posicionem, se levantem e com destemor e indignação, lutemos contra a corrupção, contra a crise moral, para que este momento dolorido e triste, possa ser libertado dos opressores que nos conduziram a esta situação e que eles sejam julgados, recebendo pena proporcional ao mal que tanto fizeram e fazem.
Parabéns Loja Comércio e Artes n° 001 pelos seus 205 anos
Texto extraído do Artigo n° 248 de Autoria do Saudoso Grão-Mestre Geral Eurípedes Barbosa Nunes
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