Estive presente, juntamente com o Grão-Mestre Estadual de Goiás, Luis Carlos de Castro Coelho, em mais um Encontro das Lojas Maçônicas do Vale do Araguaia. É evento único na maçonaria brasileira, pois há 33 anos, desde 1982, a partir da Loja “Aurora de Caiapônia”, sem um ano sequer de interrupção, os irmãos, cunhadas e sobrinhos, das 12 Lojas Maçônicas da região se reúnem para se confraternizar, mas com um objetivo maior. Discutir e apresentar propostas de soluções para problemas que afligem em especial a região. Cada Loja Maçônica apresenta um tema que é discutido e encaminhado às autoridades do Grande Oriente do Brasil, das prefeituras, estado e país.
Este ano de 2015, sob a coordenação de Albertino Luiz Ferreira, aconteceu o 33° na Loja “Planalto do Bem”, de Firminópolis, em seu amplo salão de aproximadamente 1000 metros de área coberta, em fase final de construção. Loja presidida pelo Venerável Mestre José Lice Lourenço de Oliveira. Compareceram 150 maçons, mais 100 participantes, entre cunhadas e sobrinhos. Também o Grão-Mestre Estadual Adjunto, João Batista Machado, presidente da Assembleia Estadual, Lourival Arantes, Portador da Comenda D. Pedro I, Cézar Gomes, deputado federal José Walter Carvalho, Conselheiro Estadual Tobias José Ribeiro, deputados estaduais e as esposas em reunião à parte com a presidente da Fraternidade Feminina Estadual, Janine Gomes de Gouveia Coelho.
Os temas debatidos foram “Rio Araguaia: preservação e conservação”, “Água um bem precioso: de dádiva a raridade”, “O lar do maçom”, “A pressa do mundo contemporâneo”, “Por que os Aprendizes sentam na coluna do norte?”, “Ética e maçonaria”, “Palavra sagrada”, “Eu e minha pedra”, “O chamado”, “Maçonaria, uma faculdade na escola da vida” e “A informática e a maçonaria”. Temas palpitantes, com pesquisas atualizadas e posicionamento firme na defesa de princípios éticos, familiares e especialmente, clamando pelo Rio Araguaia.
Com os Veneráveis Mestres e comitivas, chegou-se a conclusões importantes, visando um trabalho verdadeiramente de interesse coletivo, quando o chamado foi expressado no seguinte parágrafo: “Convido-vos, meus irmãos, a uma reflexão: busquemos em nossas consciências quais são as ações positivas que estamos produzindo, afim de que verdadeiramente tenhamos buscado promover bem estar da pátria e da humanidade. É preciso que nos posicionemos mais ativamente na definição de qual é o nosso papel, como obreiros nesse contexto todo”.
Relaciono aqui os Veneráveis e suas Lojas como verdadeiros maestros que regem maçons comprometidos: Cléber Victor de Oliveira (Alvorada de Aragarças), João Pereira Goulart (Aprendizes do Bem), Felipe Pereira da Costa (Dimas Nasser), Eurico de Souza (Aurora de Caiapônia), Antônio Miguel Gonçalves Neto (Estrela Montebelense), José Lice Lourenço de Oliveira (Planalto do Bem), Anilton Guerreiro de Morais (Segredo e Vigilância), Adolf Rommel Lins Linhares Peixoto (União de Iporá), Antônio Jaques Américo de Oliveira (Vale do Rio Claro), Benedito Crispim das Chagas (União e Sigilo) e Paulo José Vieira Santana (Plenitude do Sigilo).
Extraio de cada trabalho, uma citação basilar quanto à preocupação dos maçons da região do Vale do Araguaia.
“Verifica-se aumento da presença de lixo doméstico resultante do lançamento indevido nas margens do Rio Araguaia, que vem sofrendo com o passar dos anos, com a diminuição de peixes a assoreamento do seu leito”.
“É necessário mais consciência por parte da população no uso da água e por parte do governo, um maior cuidado com a questão do saneamento e do abastecimento”.
“Nossas famílias esperam muito de nós. Façamos jus ao nosso avental de maçom, principalmente, honrando-o dentro dos nossos próprios lares”.
“Hoje é comum deparar-se com um amigo e, na tentativa de iniciar um diálogo, perguntar-lhe: – Como vai? Ele imediatamente lhe responde: – Na correria. Deixando claro que sua intenção é de que a conversa seja a mais curta possível”.
“O templo maçônico é um quadrilongo que se estende do oriente para o ocidente, na direção da luz”.
“A maçonaria deve dar o exemplo da moral e da ética, pois afirma que pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever”.
“Através de nós mesmos, sempre a arte real do pensamento nos conduz a organizar nosso tempo, para que nos tornemos senhores de nossos próprios destinos e construtores sociais dessa grande obra que é a maçonaria”.
“Gostaria de dizer que a ética, em nenhum momento de toda história tornou-se tão necessária quanto agora”.
“A maçonaria é uma faculdade da vida, incentivando a pesquisa da verdade, o exercício do amor e da tolerância”
“Devemos sempre estar atentos às mudanças do mundo e nos adequarmos às coisas boas que podem agregar ao nosso meio, e que a internet, juntamente com as redes sociais, pode ajudar e aproximar irmãos, lojas e potências”.
“Como anda o brilho de sua pedra? Não aos seus olhos, mas aos olhos dos irmãos, da sociedade, de sua família, da maçonaria?”
Definido ficou, por aclamação, que o 34° Encontro será realizado nas margens do Rio Araguaia, divisa com estado do Mato Grosso, pela Loja “Alvorada de Aragarças”. Parabenizo todos os participantes, cumprimentando o Coordenador Regional Albertino Luiz Ferreira e o Venerável Mestre da Loja “Planalto do Bem”, José Lice Lourenço de Oliveira, pela organização e pelos importantes temas colocados em debate, com a certeza de que o Venerável da Loja de Aragarças, Cléber Victor de Oliveira, organizará o próximo, 34° Encontro, em nível cada vez mais crescente.
Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil – barbosanunes@terra.com.br.