A primeira medalha de ouro do Brasil foi conquistada por uma mulher negra da periferia do Rio de Janeiro. Nascida na Cidade de Deus, Rafaela Lopes Silva tem 24 anos é judoca e militar, ocupa o cargo de 3° Sargento da Marinha do Brasil. Rafaela atualmente é manchete em praticamente todos os jornais.
Sua trajetória é marcada por quedas e ascensões, agora ela vive o ápice ao subir no pódio diante do mundo inteiro e levar o ouro na categoria leve, e se emociona ao lembrar a desclassificação nas Olimpíadas de Londres em 2012, depois de desferir um golpe ilegal na húngara Hedvig Karakas. Além da derrota, Rafaela foi vítima de racismo nas redes sociais, foi campeã mundial em 2013, e chamada de incógnita.
Desmotivada pelos críticos, parte de uma minoria, e alvo de tantos preconceitos a judoca conta que em 2014 e 2015 ninguém treinou mais do que ela. A prática do esporte foi possível graças a programas sociais, ela não deixa de exaltar que por causa do judô ela não foi só mais uma criança da comunidade, perdida na periferia.
Símbolo de superação, lutadora em todos os sentidos da palavra, hoje a medalhista estampa fotos e vídeos com um sorriso largo, o carinho por parte dos brasileiros é visível, e a judoca é a representação da música cantada pela cantora Ludmila na abertura dos Jogos Olímpicos, “ela pode se orgulhar e ter a consciência que o pobre tem seu lugar”.
O esporte feminino está sendo o grande protagonista nessas Olimpíadas, na ginástica, no handebol, no futebol e agora, com a grande vitória dourada no judô.