Registro neste artigo, agradecimentos aos maçons do Grande Oriente do Brasil do Estado do Mato Grosso do Sul, pela receptividade e especial deferência a mim e aos meus companheiros de viagem, deputados federais maçônicos Gilmar Mendes e José Walter. Em 26 de fevereiro, desloquei-me de Goiânia para a cidade de Paranaíba, localizada em uma região rica, de belas paisagens naturais. Em outros tempos um recanto do Mato Grosso do Sul.
O Bolsão Sul-Matogrossense é uma sub-divisão do estado de Mato Grosso do Sul, baseada em valores regionais e sócio-econômicos. Abrange os municípios de Três Lagoas, Brasilândia, Santa Rita do Pardo, Água Clara, Selviria, Aparecida do Taboado, Inocência, Cassilândia, Chapadão do Sul e Costa Rica. É área de grande arrecadação fiscal do estado.
Especificamente via Itumbiara, Trevão, Prata, Campina Verde e Iturama, atravessando duas vezes o Rio Paranaíba na divisa de Goiás com Minas Gerais e na divisa de Minas Gerais com Mato Grosso do Sul, percorremos 600 quilômetros.
Em Paranaíba, proferi palestra de encerramento do IV Ciclo de Palestra Maçônica do Bolsão, promovido pelo GOB-MS, sob a presidência do Grão-Mestre Estadual Benilo Allegretti. Participação dos maçons e das cunhadas da região. Outros palestrantes foram Paulo Fernando Veríssimo de Mendonça, Sérgio Rodrigues Júnior, Tito Alves de Campos e Andrei Barbosa de Almeida. Abordaram temas atuais e de tecnologia da informação. Voltaremos em 2017, para o V Cilo de Palestra do Bolsão, que será realizado na cidade de Selviria.
Meus agradecimentos especiais ao Venerável Mestre da Loja “Canaã”, anfitriã do evento, irmão Alfredo Fanuchi e sua esposa, presidente da Fraternidade Feminina, Eliene Rodrigues da Silva, bem como às presidente e vice presidente da Fraternidade Estadual, Maria Elisa e Beatriz Bleyer e aos Grão-Mestre Adjunto, Celestino Laurindo Júnior, presidente da Assembleia Estadual Maçônica, Francisco Dias Gobi e secretário do Poder Legislativo, Moisés Moreira Alves. Representou a Assembleia Federal Maçônica, o deputado Antônio Vargas de Andrade.
A revista “Consciência” editada há longo tempo em produção de qualidade com noticias e artigos do meio maçônico, abordando temas da atualidade, esteve presente com seu diretor Ademir Batista de Oliveira.
O que tem haver este artigo de uma viagem à cidade de Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, com Tião Carreiro, consagrado como um grande mestre, habilidoso tocador de viola, um dos maiores violeiros brasileiros?
Tem e muito. Mas falo um pouco mais de Tião Carreiro, para encerrar explicando a conexão referida. Tião Carreiro tocava viola desde jovem, mas sempre procurou novas formas de execução e ai inventou um ritmo diferente. A viola batia cruzado com o violão, numa mistura de recorte do caipira lento com o recortado mineiro, mais apressado. Ai nasceu o Pagode, que em Minas Gerais, era baile. Estava batizado o novo ritmo. Tião Carreiro tornou-se o Rei do Pagode. O primeiro gravado, foi “Pagode em Brasília”, composição de Lourival dos Santos e Teddy Vieira.
Na cultura da música raiz, o pagode sertanejo é um dos ritmos mais tradicionais. Projetou Tião Carreiro por seu toque marcante e inconfundível, passando a enriquecer a lista dos ritmos regionais. Tião Carreiro cantou estórias, falou ao coração de uma forma emocionante. Foi um mestre da viola. Milhões pelo Brasil afora, aliviam as saudades ouvindo as centenas de músicas gravadas por ele em inúmeros discos 78 rotações e Lp?s. Estreou em 1956, com a música “Boiadeiro punho de aço”, com o seu companheiro Pardinho. Formaram a inesquecível dupla “Tião Carreiro & Pardinho”, também teve outros parceiros.
Natural de Montes Claros, nasceu em 13 de dezembro de 1934 e faleceu em 15 de outubro de 1993. Sepultado no Cemitério da Lapa, São Paulo, seu túmulo é local de grande visitação no Dia de Finados.
Vamos então ligar Paranaíba, que sediou o IV Ciclo de Palestra Maçônica do Bolsão a Tião Carreiro. Gilmar Mendes, que nos conduziu ida e volta, é possuidor de uma extensa lista de músicas interpretadas por Tião Carreiro. Ai meus amigos de todos os sábados, uma permanência com irmãos e cunhadas do Mato Grosso do Sul, nos deliciamos ao som de faixas como estas: “Pagode em Brasília”, “Amargurado”, “O ipê e o prisioneiro”, “Rei do gado”, “Chora viola”, “A vaca já foi pro brejo”, “O prato do dia”, “Boi soberano”, “Porta do mundo”, “A coisa ta feia”, “A mão do tempo”, “Terra roxa”, “Travessia do Araguaia”, “Couro de Boi” e mais ainda.
“Heroi sem medalha”, “Pousada de boiadeiro”, “Falou e disse”, “Encanto da natureza”, “Ferreirinha”, “Boiada cuiabana”, “Águas do São Francisco”, “A volta que o mundo dá”, “Cabelo loiro”, “Cabocla Teresa”, “Candeeiro de fazenda”, “Canoeiro”, “Carreiro velho”.
Tião Carreiro gravou mais de 400 músicas. É imortal na história da música sertaneja de raiz.
Portanto, para mim, Gilmar Mendes e José Walter, a ida a Paranaíba, Mato Grosso do Sul, nos proporcionou contatos fraternos com irmãos e cunhadas do Bolsão, do Grande Oriente do Mato Grosso do Sul e da Loja “Canaã”, estimulada por iluminados momentos de audição de um pouquinho de Tião Carreiro. Um artista completo, uma viola encantadora e seu pagode, do qual ele é rei!