Na minha caminhada pelo Brasil Maçônico tenho sido alvo das mais carinhosas gentilezas e quero retribuí-las com este artigo.
Vivemos numa sociedade apressada, com muitos correndo, às vezes sem saber para onde, mas querendo ganhar minutos nos seus deslocamentos. Ultrapassam sinais. Nas rodovias são imprudentes, especialmente, nas ultrapassagens e em alta velocidade. Pedestres atravessam ruas e avenidas em passos largos, sem a mínima observação. Em contrapartida estão na mira de condutores de veículos e motociclistas que não respeitam o direito das pessoas, causando acidentes violentos, que deixam marcas permanentes, tristemente ceifando vidas. Acrescentando que discussões violentas no trânsito são rotineiras, desdobrando-se em consequências trágicas.
O cidadão sai de sua casa, sem fazer sua oração, já desentendido com a família e estressado vai para um mundo que está violento, com grande parte dos seus integrantes totalmente sem condições da prática de um diálogo respeitoso e fraterno.
A vida em sociedade, exigência da natureza humana, é uma vida de relações não estabelecidas pela força, mas sim pela inteligência, sabedoria, respeito e humanismo.
Podemos, se estivermos vigilantes e sintonizados com os princípios cristãos, erradicar do nosso “eu”, o materialismo que leva à pressa, vaidade e à depressão, hoje tão presentes no mundo em que vivemos. Precisamos nos desprender do ego superficial, buscando encontrar paz e quando ela chega há uma grande mudança interior. Os objetivos apressados e externos perdem o destaque. As forças vitais da espiritualidade interna passam a ser mais importantes. Assim viveremos inteiramente livres, construtivos e harmoniosos.
Seremos centros irradiadores de harmonia e de paz no nosso lar, no ambiente social, nas instituições que fazemos parte, enfim no mundo, contribuindo para o “eu” mais feliz, mais sadio. Os desequilíbrios fundamentados, sobretudo na falta de gentileza, na palavra pesada, no carregar ódio em seu coração, serão eliminados se formos detentores de um poder muito abrangente, que é “o poder da gentileza”.
Não podemos admitir que uma simples cortesia possa ser incomum e avaliada quando somos gentis, como se tivéssemos praticado um gesto de muita generosidade. Atos de gentileza devem ser atos comuns.
Ao tomarmos consciência da necessidade de sermos gentis, agindo para introduzir esse objetivo no convívio social, atingiremos a fraternidade. Fraternidade que depende, fundamentalmente, da transformação de cada um, integrados numa sociedade justa, onde ninguém possa viver prejudicando os seus semelhantes, onde o uso de drogas seja combatido e não estimulado pela sociedade como está ocorrendo. Onde haja o espírito prático do ideal de servir e onde homenagens sejam prestadas a quem tem ânimo cristão, bom coração, seja instrumento da paz, não se fundamentando na força, violência, na falta de educação, no ódio, mas na gentileza.
Pessoas gentis têm mais sorte no amor. Pessoas gentis são mais saudáveis. Pessoas gentis têm mais êxito na vida profissional. Pessoas gentis convencem mais. Pessoas gentis são caridosas e humanas. Pessoas gentis agregam, somam e não dividem. Pequenas gentilezas como sorrisos, gestos como “bom dia, boa tarde, boa noite”, ganham o dia e mudam vidas.
A gentileza ajuda a desfazer equívocos que te impedem de alcançar seus objetivos, tornando-o uma pessoa amarga, mentalizada em uma só idéia de vingança e ódio. Isto o transforma num indivíduo cujo perfil é identificado como raivoso, dono da verdade, aquele que sabe mais que os outros e com certeza condutor de uma aura que gera energia física, emocional e mental, profundamente, negativa, chegando ao ponto de ser desinteressante o convívio daqueles que o rodeiam, que vão se afastando para não serem contaminados.
Em um mundo cada vez mais apressado e competitivo, é comum as pessoas acreditarem que a agressividade é o caminho mais rápido para o sucesso ou para imporem suas ideias.
No livro “O Poder de Gentileza”, de Linda Kaplan Thaler e Robin Koval – Editora Sextante, título que uso para esse artigo e que é meu companheiro permanente em minha mesa de trabalho, os autores afirmam, “executivas de umas das mais prósperas agências de publicidade dos Estados Unidos, descobriram cedo que ser gentil é tão importante quanto ser eficiente.”
Ser delicado e atencioso, em vez de grosseiro, impulsiona e proporciona o benefício mais imediato e importante de tornar a vida mais agradável.
Os seis princípios do poder da gentileza são:
1 – “Impressões positivas são como sementes. Você as planta e se esquece delas, mas, sob a superfície elas estão crescendo e se expandindo. Todas as vezes que você sorri para qualquer pessoa ou agradece a quem o atendeu, você emite energia positiva.”
2 – “Nunca se sabe. Quando encontramos desconhecidos na rua, em geral supomos que não são importantes para nós. Você deve tratar cada pessoa que encontra como se fosse a mais importante do mundo, por que todas são. Se não para você, para alguém, e, se não hoje, talvez amanhã.”
3 – “As pessoas mudam. Um erro cometido é supor que só precisamos ser gentis com nossos pares e superiores. Que não há necessidade de ser gentil com um assistente, recepcionista, e muito menos com um segurança ou uma faxineira.”
4 – “A gentileza deve ser automática. Pequemos gestos e ações podem tem impactos imensos.”
5 – “Impressões negativas são como germes. Não espalhar germes significa ter extrema consciência e respeito pelo ambiente, pelas instituições que você integra e pelas pessoas ao seu redor.”
6 – “Você sabe. Quando você trata mal uma pessoa, é descortês, é agressivo, é grosseiro, os que estão a sua volta o condenam e isto fica em sua mente e em seu coração, como testemunha de um mau comportamento. A mais cruel das testemunhas que o condena, é a sua consciência.”
Crie o seu universo mais gentil. Um ato casual de bondade ajuda você a se tornar mais saudável. Quem cultiva o ódio, a vingança, a raiva, está provado cientificamente, fica doente com mais facilidade. Indico o livro “O Poder da Gentileza”. Descubra como a simpatia e a delicadeza podem transformar sua vida. Publicação a mim presenteada na cidade de Sorocaba, em São Paulo, por uma das pessoas mais gentis que conheço, irmão de ordem maçônica, Soberano Grão Mestre Honorário do Grande Oriente do Brasil, Laelso Rodrigues, cuja administração servi com muita honra e por muitos anos em Brasília, como Coordenador Nacional do Programa Maçonaria Contra as Drogas – A Favor da Vida e Secretário Nacional de Interior e Relações Públicas.
Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, delegado de polícia aposentado, professor e Grão-Mestre da Maçonaria Grande Oriente do Estado de Goiás – barbosanunes@terra.com.br