Sou grato a Deus pela vida que me concede, pela força que me transmite para superar as dificuldades e viver os momentos de alegria. Muito grato sou pela família que tenho, pelos amigos que me cercam e por viver fraternalmente com os meus irmãos de Ordem Maçônica. Agradeço muito aos que convivem comigo semanalmente, neste espaço Opinião Pública do Diário da Manhã, de Goiás, desde 5 de fevereiro de 2011, quando chego ao artigo 335. Respeito aos que discordam dos temas aqui abordados e agradeço suas críticas para me corrigir e aperfeiçoar.
Às vezes recebo através das redes sociais algumas, graças a Deus poucas, carregadas de palavras pesadas e às vezes agressivas. Não respondo. Peço a Deus para que eles possam em algum momento despertar para uma palavra equilibrada e pacífica.
Sempre me amparo em uma mensagem transmitida pelo espírito Emmanuel, mentor de Chico Xavier, que um dia contrariado reclamou: “Fui ofendido hoje. Estou muito triste”. Ao que Emmanuel lhe respondeu: “Pior seria se você tivesse sido o ofensor”.
Neste introito, chego à primeira parte do artigo, que é abordar a gratidão. Sou muito grato aos maçons meus irmãos, cunhadas e sobrinhos, com quem tenho uma relação que me enriquece e a cada dia este patrimônio aumenta. Caminhei e caminho procurando, como missão, melhorar o fundamento básico do que é ser maçom. Ser fraterno, ser irmão. Então, meus irmãos, veio-me a inspiração de abordar a gratidão. O que é gratidão?
Palavra do latim gratia, o mesmo que graça, reconhecimento por tudo que é recebido. É amor, compaixão, tolerância, e mais do que claro, que bons atos levarão a outros bons atos.
Na revista mensal “Vida Simples”, da Editora Caras, que sugiro leitura pelos excelentes estudos nela publicados por especialistas, encontro o registro de que o psicólogo americano Robert A Emmons, atestou por meio de pesquisas que “a gratidão reduz as emoções tóxicas das pessoas e gera o aumento da felicidade. Isso porque, segundo seus estudos, aos sermos gratos liberamos no organismo um neurotransmissor conhecido como dopamina, que gera dentro da gente uma onda interna de bem estar e prazer”.
Amparado pelo texto de Gustavo Ranieri, jornalista, publicado na mesma revista nas páginas 17 a 23, intitulado “O poder da gratidão”, transcrevo parágrafos iniciais:
“Não chegaríamos aqui à toa. Repito essa frase a mim mesmo algumas vezes enquanto escrevo este texto. Quantas guerras, intempéries, furacões, terremotos, pestes, fome, miséria, descobertas, amizades, amores, farturas, riquezas e uma gama de outras situações foram vividas antes de nós para que pudéssemos agora estar exatamente no lugar em que estamos?
Um pensamento que me transporta diretamente a um aprendizado que tive certa vez com uma religião oriental que estudei, na qual seus frequentadores cultuam os antepassados. Apesar da beleza do ritual, uma das coisas que mais me impressionaram foi o cálculo matemático apresentado por eles sobre os nossos elos de conexão – era algo que eu nunca havia parado para pensar. Para ter uma ideia, ao olhar para trás, para as últimas dez gerações, por exemplo, cada um de nós encontrará o incrível número de 1024 pessoas que se ligaram umas as outras ate chegar aos nossos pais, que por conseguinte nos permitiram nascer. Avós, bisavós, trisavós, tetravós, pentavós e o sempre crescente número de famílias que compõem a ascendência de cada um de nós me fazem repetir a mesma frase: Não chegaríamos aqui à toa. Mas acima de tudo me despertam o sentimento que deveria reger toda humanidade, o de gratidão”.
Reafirmo a gratidão que tenho pelos meus irmãos maçons que me conduziram e me ampararam, iniciando na minha Loja “Acácia Brasiliense”, de Goiânia, exercendo o Grão-Mestrado Estadual do Grande Oriente do Estado de Goiás, e gratificado pela inspiração divina de ter plantado, em 1997, o “Programa Maçonaria a Favor da Vida – Contra as Drogas”, uma marca de referência do GOB, chegando ao Grão-Mestrado Adjunto do Grande Oriente do Brasil, que ora exerço já no último ano de mandato. O caminhar continuará pela vontade de Deus e pela confiança dos irmãos, sempre assumindo missão a mim entregue e não simplesmente cargo.
Concluo este artigo com a citação do escritor e neurologista Oliver Sacks, ateu, autor de vários best sellers, que descobriu que estava com um tipo de câncer e diante de prognósticos de pouco tempo de vida, expressou em quatro ensaios publicados no “The New York Times”, profundo sentimento de gratidão pela vida que lhe foi permitida. Escreveu no ensaio intitulado “minha própria vida”.
“Não consigo fingir que não estou com medo, mas meu sentimento predominante é a gratidão. Amei e fui amado, recebi muito e dei algo em troca, li, viajei, pensei, escrevi, acima de tudo, fui um ser, um animal que pensa, neste belo planeta e só isso já é um enorme privilégio e uma aventura”.
Quanto ao segundo tema, intervisitação, que faz parte do título e sobre o qual estou me posicionando na minha página nas redes sociais, falarei no próximo artigo.
Barbosa Nunes, advogado, ex–radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil – barbosanunes@terra.com.br