Artigo 340 do irmão Barbosa Nunes
O Grande Oriente do Brasil, potência histórica fundada há 195 anos passados, tendo como objetivo imediato a Independência do Brasil, é administrado pelo poder tripartite, Legislativo, Executivo e Judiciário, conceito da separação dos poderes, também referido como princípio de trias política. É um modelo de governar cuja criação é datada da Grécia Antiga. A essência desta teoria se firma no princípio de que os três poderes que formam o Estado devem atuar de forma separada, independente e harmônica, mantendo, no entanto, as características do poder de ser uno, indivisível e indelegável.
No presente momento os maçons do Grande Oriente do Brasil estão indignados com a situação que o país atravessa e clamamos por uma urgente reforma política, sem a qual nada mudará.
E, nos encontramos às portas de uma eleição a ser realizada em 17 de março do próximo ano, para os cargos de Grão-Mestre Geral e Grão-Mestre Geral Adjunto do GOB. Devemos dar a demonstração de que somos muito maiores que as práticas que tanto condenamos nas eleições no país, nos estados e nos municípios.
Precisamos, irmãos de todo Brasil Maçônico, vencer as nossas paixões, submeter às nossas vontades e fazer novos progressos, o que significa que a paixão não deve estar presente nesta eleição e que todos nós estejamos submissos ao resultado e unidos continuemos a marcha por novos progressos.
Durante missa na Casa Santa Marta, no Vaticano, o papa Francisco saudou os presentes e fez um chamado a unidade da Igreja através “da humildade, da ternura e da generosidade”, sublinhando que esta saudação “cria uma ligação” de paz. “Se não há paz, se não formos capazes de nos cumprimentar no sentido mais amplo da palavra, ter o coração aberto com espírito de paz, nunca mais haverá a unidade”.
Meditemos, meus irmãos do Grande Oriente do Brasil, se é momento de transição, ele precisa ser seguro, fundamentado numa ação de harmonizar. Ao explicar o Bispo de Roma disse que “isto vale tanto para a unidade no mundo, como para a unidade nas cidades, no bairro e na família”. Como maçom, digo, isto vale para a unidade no Grande Oriente do Brasil.
“O espírito do mal sempre semeia guerra. Ciúmes, invejas, lutas, fofocas, são coisas que destroem a paz e, portanto, não pode haver unidade”.
Plagiando o questionamento de Francisco, digo: “Como é o comportamento de um maçom para a unidade, para encontrar esta unidade”? Comportemo-nos de maneira digna, com toda a humildade, ternura e generosidade.
“Você não pode dar a paz sem humildade. Onde há orgulho, há sempre a guerra, sempre o desejo de vencer sobre o outro, de crer ser superior. Sem humildade não existe paz e sem paz não há unidade”.
Então, eu também vos exorto meus irmãos: “A ternura é a capacidade de suportar uns aos outros”. E em terceiro lugar está a generosidade, um grande coração capaz de acolher a todos, sem condenar e sem se rebaixar a mesquinharias”.
Sou pretendente e me apresento como postulante a uma missão de propor, me doando e com palavra generosa, plantando uma semente que pode dar fruto ao Grande Oriente do Brasil, com todos pisando o terreno e semeando, sobre o qual deve cair a palavra maçônica, a palavra da fraternidade, afinal de contas, somos irmãos e não devemos sê-lo somente no tratamento, mas na ação e no respeito com cada um.
Encaixo para nós maçons, mais uma declaração do papa. “O nosso coração, como um terreno, pode ser bom, então, a palavra dá fruto, mas também pode ser duro, impermeável. Isso acontece quando ouvimos a palavra, mas ela bate com força sobre nós, como numa estrada”.
Entre o terreno bom e a estrada existem dois terrenos intermédios que, de várias medidas, podem existir em nós. “O primeiro é o pedregoso. Vamos imaginá-lo! Um terreno pedregoso é um terreno onde não há muita terra. A semente germina, mas não consegue se enraizar profundamente. Assim, é o coração superficial, que acolhe o Senhor, quer rezar, amar e testemunhar, mas não persevera, se cansa e nunca decola. É um coração sem consistência onde as pedras da preguiça prevalecem sobre a terra boa, onde o amor é inconstante e passageiro.”
Depois, há o último terreno, o espinhoso, cheio de sarças que sufocam as plantas boas.
“O que essas sarças representam? A preocupação do mundo e a sedução da riqueza, diz Jesus. As sarças são os vícios que lutam com Deus, que sufocam a presença: sobretudo os ídolos da riqueza mundana, o viver com avidez, para si mesmo, para o ter e o poder. Se cultivamos essas sarças, sufocamos o crescimento de Deus em nós. Cada um pode reconhecer as suas pequenas ou grandes sarças que não agradam a Deus e impedem ter um coração limpo. É preciso arrancá-las, caso contrário a Palavra não dá fruto.”
Convido e me incluo, meus queridos irmãos do Grande Oriente do Brasil, arranquemos de nossos corações todas as sarças e juntos vamos viver um período de grandeza democrática, em que os maçons sabiamente darão o destino da unidade, pós eleição de 17 de março, já que em nosso meio não há siglas, não há letras, não há partidos. O partido único é o Grande Oriente do Brasil.
Barbosa Nunes, advogado, ex–radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil – barbosanunes@terra.com.br