Quero neste artigo agradecer aos deputados federais maçônicos, Ricardo Carvalho, Adão Oliveira, Arquiariano Bites Leão e Ademir Cândido, pela assistência fraterna com que me distinguiram no deslocamento que fiz para participar da comemoração do Dia do Maçom e homenagens aos irmãos Múcio Bonifácio e Édimo Muniz Pinho.
O Palácio Pedro Ernesto, inaugurado em 1923, é parte de um dos conjuntos arquitetônicos do Rio de Janeiro, erigido no contexto da instalação e desenvolvimento histórico da Primeira República. Abriu suas portas e através de escadas e corredores vinculados a muitos acontecimentos importantes, recebeu maçons e amigos de Múcio Bonifácio e Édimo Muniz Pinho. O local foi e é ponto de encontro do protesto e da louvação política, espaço que sedia a Câmara Municipal. Testemunhou acontecimentos de 1930 e seus desdobramentos. Permanece como monumento perene das crenças, hábitos e costumes da população, com reuniões políticas e encontros para o lazer.
Comemorando o “Dia do Maçom”, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, por proposta do vereador e maçom João Ricardo, que presidiu a sessão no dia 20 de agosto, homenageou os irmãos Múcio Bonifácio Guimarães, presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa e Édimo Muniz Pinho, Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil – Rio de Janeiro. O primeiro com o título de Cidadão Carioca e o segundo, com a Comenda Pedro Ernesto, maior homenagem que o legislativo carioca presta a um cidadão.
Fiz-me presente em um momento de demonstração, compromisso e alta representatividade dos irmãos do Rio de Janeiro, presentes em cerca de 350, alcançando 400 com os sobrinhos da Ordem DeMolay, Filhas de Jó e cunhadas da Fraternidade Feminina Estadual, presidida por Lígia Gomes de Souza.
Múcio Bonifácio, natural de Rio Verde, Goiás, recebeu o “Título de Cidadão Carioca”. O que é ser carioca? Alguns dizem que ser carioca é um estado de espírito. A palavra vem do tupi “kari’oka”, da junção de “kara’iwa”, caraíba ou homem branco e “oka”, casa. O significado da palavra é de “casa de branco”. Construção feita de pedra e cal que os índios até então não conheciam. As primeiras casas chamadas de karioca foram construídas na praia do Flamengo em 1503. O termo em certa época passada não era muito de identificação positiva, porem passou a ter conotação de um povo que recebe muito bem, extremamente comunicativo e com o mesmo espírito da beleza do Rio de Janeiro, cidade maravilhosa.
O novo cidadão carioca em seu pronunciamento registrou agradecimentos ao vereador João Ricardo e poeticamente discorreu sobre a cultura, música, esporte, política e história da cidade que passou a integrar. Concluiu afirmando que a homenagem é extensiva a todos os deputados federais do Grande Oriente do Brasil, integrantes da Assembleia Federal, que ele preside com honra e determinismo.
Édimo Muniz Pinho, natural de Niterói, Rio de Janeiro, Grão-Mestre Estadual em segundo mandato, foi distinguido com a Medalha Pedro Ernesto, nome dado em reconhecimento ao trabalho do prefeito Pedro Ernesto, principal medalha que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro possui. Em suas palavras carregadas da seriedade de sua vida e transmissoras do compromisso que tem com a família maçônica, ressaltou a sua honra em passar a portar uma condecoração que traz o nome do prefeito considerado um dos maiores benfeitores das escolas de samba e alcançou tamanha popularidade que chegou a ser cotado para a Presidência da República, antes de ser preso, sob acusação de ser comunista. Pedro Ernesto foi interventor e prefeito de 1931 a 1936, quando foi preso e afastado da prefeitura carioca, acusado de ter participado de conspirações com destaque para o Partido Comunista Brasileiro. Em 1937, instaurada a ditadura do Estado Novo, foi novamente preso e libertado três meses após, abandonando a política.
Tomado pela emoção, Edímo Muniz Pinho não esqueceu de estender a homenagem, na presença do casal de filhos, à esposa e companheira Scheila Molina Pinho, já falecida, momento em que foi efusivamente aplaudido.
Além de membros da administração estadual, seus poderes e federal do Grande Oriente do Brasil, Veneráveis Mestres, deputados estaduais, cunhadas, sobrinhos familiares a amigos, grande número de deputados federais do Rio de Janeiro e de outros estados, compareceram à solenidade.
De Goiás o representante do governador Marconi Perillo, que usou da palavra, Afreni Gonçalves, juntamente com o presidente da Federação do Comércio, José Evaristo dos Santos, Macário de Paiva Neto, da Grande Loja Maçônica do Estado de Goiás, Sebastião Ferro, diretor do IPASGO, deputado federal maçônico, Arquiariano Bites Leão, da cidade de Trindade.
Devo então, cumprimentar os homenageados por serem merecedores dessas grandes distinções que passam a integrar a vida de cada um.
Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil – barbosanunes@terra.com.br.