Passando esta semana que se encerra hoje, sábado, 29 de julho, na Baixada Santista, recebido pelos irmãos que se identificam com a nossa caminhada por um Grande Oriente do Brasil harmonizado, inovado e em crescimento, fui levado pelo Secretário Geral Adjunto de Interior e Relações Públicas do GOB, Aníbal Martinez, para hospedar na cidade de São Vicente. Primeira vila fundada pelos portugueses na América, em 1532, por Martinho Afonso de Sousa, que em 22 de agosto de 1532, conduziu as primeiras eleições em todo continente americano. São Vicente é a primeira cidade do Brasil.
No canto do seu hino, São Vicente é “No verde da esperança, no ouro da riqueza, no azul, céu da bonança, no banco de pureza. O teu passado é, ó São Vicente, um monumento, altar cheio de glória, pelo qual se curva, reverente, um povo que conhece a tua história. Viste o Brasil nascer, crescer gigante, acalentando em teu amor profundo, e transforma-se belo, radiante, iluminado ao Sol do Novo Mundo”.
Lá existe um morro, no alto o Hotel Chácara do Mosteiro que guarda cerca de 502 anos de história do Brasil, construído na época da colonização, e que conserva peças históricas. No alto do Morro dos Barbosas, área que era utilizada de tempos em tempos por várias pessoas, até que a propriedade chega na família dos Barbosas, esclarecimento do maçom e proprietário do Hotel Chácara do Mosteiro, Nery Ambrózio, que veio a falecer com aproximadamente 70 anos há 7 meses passados.
Pesquisador sobre a história de São Vicente e membro do Instituto Histórico Geográfico da primeira cidade do Brasil disse sobre o Morro dos Barbosas e a Chácara do Mosteiro: “A casa branca onde vivia a família foi construída pelos Barbosas em 1829. A história da casa virou um museu. Azulejos em diversos tons de azul estão nas paredes, originais da época em que ela foi construída. Piso preservado, como as portas de madeira”.
Por volta de 1890, uma comissão de padres pediu para a Câmara local que eles cedessem um lugar para que a residência se tornasse a casa de praia do Mosteiro São Bento. Em acordo os padres construíram um colégio para crianças carentes.
O papa Pio XII foi hóspede da casa no Morro dos Barbosas. No Hotel Chácara do Mosteiro existe uma placa comemorativa e a cama onde ele repousou.
Ambrózio registrou que a Segunda Guerra Mundial mudou a rotina da casa. “Em um dos quartos tinha uma estação de rádio. Da janela conseguiam ver o mar e conversavam com os navios que estavam parados. A casa serviu de base da “SSA Nazista”, pisos foram modificados e ganharam uma suástica. Após a guerra o exército tomou posse da casa e leiloada foi vendida para famílias e exportadores de café, finalmente, para a família de Nery Ambrózio, que com a propriedade e a história, construiu o Hotel Chácara do Mosteiro, preservando-a, em mínimos detalhes com referência ao passado que abriga um museu com mais de mil peças, louças, armamentos, documentos e outros encontrados na escavação.
Fui recebido por 13 estátuas, de tamanho real de figuras importantes da história de São Vicente e do Brasil como Américo Vespúcio, João Ramalho, índia Bartira, Martinho Afonso, José de Anchieta, Eugênio Passeli, Ana Pimentel, papa Pio XII, entre outros com as duas últimas referenciando Nery Ambrózio e sua esposa Shirley. O local é de ambiente de interior e nos remete a história dos primeiros anos de descobrimento do Brasil. Um casarão da época da colonização que sediou a primeira fazenda, a primeira vinícola e o primeiro engenho artesanal de cachaça do Brasil. Na verdade, no período de 24 a 28 de julho fui vivi natureza, cultura, história, silêncio e paz.
Quem passa perto do Morro dos Barbosas, em São Vicente, não imagina a importância histórica de um local onde foi implantada a primeira fazenda e vinícola do Brasil, no início da colonização portuguesa. O morro serviu para os primeiros colonizadores executarem seus testes iniciais de técnicas de plantio, principalmente da cana de açúcar, uva e mandioca, por isto considerada a primeira fazenda do país.
Das centenas de caminhadas que tenho feito pelo Brasil Maçônico, sempre tenho aprendido e esta me acrescentou uma aula de história, cultura e muita fraternidade e acolhida dos irmãos da Baixada Santista, que comigo estiveram nas Lojas “Aquarius de Santos”, “Antônio dos Santos Costa” e “Fraternidade de Mongaguá”, além de uma confraternização com cerca de 20 irmãos na residência do irmão Arlindo Chapetta, que me incentivam e apoiam por um Grande Oriente do Brasil para os maçons, com o compromisso de que é possível fazer mais, todos, voltados para harmonizar, inovar e crescer.
Muito sensibilizado e alegre fiquei em um morro que passo também a considerar meu: Morro dos Barbosas.