Artigo número 255 do irmão Barbosa Nunes publicado no Diário da Manhã de Goias no dia 02 de janeiro de 2016.
Esta é uma frase contida em um dos livros mais vendidos dos últimos tempos. Na página especializada da “Revista Veja” que classifica este item, está ha 146 semanas seguidas, “O Pequeno Príncipe”, obra de ficção de Antoine Saint-Exupery, publicado por várias editoras. É um dos mais vendidos, na França o mais vendido, alcançando 143 milhões de exemplares. Terceira obra mais traduzida do mundo, publicada em mais de 220 idiomas e dialetos, com mais de 400 edições. Passou pelo mundo de crianças que hoje são adultos. Na verdade, está longe de ser um livro infantil, lido e relido por milhões de pessoas.
O autor conta um pouco da história de como o principezinho havia chegado ao Deserto do Saara, fala de como são as crianças e de como são as pessoas grandes.
Antoine de Saint-Exupéry nasceu em Lyon em 29 de junho de 1900, falecido em 31 de julho de 1944. Escritor, ilustrador e piloto francês.
As suas obras são caracterizadas por alguns elementos como a aviação e a guerra. Também escreveu artigos para várias revistas e jornais da França e outros países, sobre muitos assuntos, como a guerra civil espanhola e a ocupação alemã da França.
“O Pequeno Príncipe” mostra uma profunda mudança de valores, e sugere ao leitor quão equivocados podem ser os nossos julgamentos, e como eles podem nos levar à solidão. O livro leva à reflexão sobre a maneira de nos tornarmos adultos, entregues às preocupações diárias, e esquecidos da criança que fomos e somos.
Frases do autor: “Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós”. “A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído, mas sim quando não há mais nada a ser retirado”. “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.
Do blog “Deixe-me Contar”, da jornalista Jessica Vieira, registro 14 frases de Saint-Exupéry, cada uma delas comentada, merecendo de nós adultos, uma reflexão muito pessoal.
1 – “Todas as pessoas grande foram um dia crianças – mas poucas se lembram disso”. É engraçado como, muitas vezes, não nos permitimos viver coisas legais – e aparentemente impossíveis – simplesmente porque “parecem coisas de criança” e “não são mais para a nossa idade”.
2 – “Quando a gente anda sempre em frente, não pode ir muito longe.” Nossas maiores conquistas são alcançadas quando exploramos outras direções além das que nos colocam na nossa zona de conforto. Muitas vezes, faz-se necessário recomeçar a trajetória, pois não nos demos conta de coisas valiosas naquele caminho…
3 – “Elas, as pessoas grandes, adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, as pessoas grandes jamais se interessam em saber como ele realmente é. Mas perguntam: Qual é a sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai? Somente assim é que elas julgam conhecê-lo.”
Vivemos numa sociedade na qual as pessoas valorizam mais o “ter” do que o “ser”. Apresentamos namorados/amigos/parentes “advogados”, “médicos”, “empresários”, mas nunca “gentis”, “carinhosos”, “pacientes”, “tolerantes”.
4 – “Nem todo mundo tem amigo.” Uma das frases mais célebres do livro. Amigo é algo valioso, que só se consegue por mérito, paciência, gentileza e respeito. Amigo é quem tem a nobreza de aceitar o outro do jeito que ele é. Parar, prestar atenção e perceber que a “verdade” do outro” também faz sentido. Se não for na sua vida, fará na dele.
5 – “É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas” Você certamente não se lembra, mas para ficar de pé no seu calçado favorito precisou engatinhar, segurar em paredes, centros e sofás, ensaiar passos – muitas vezes frustrados – para, finalmente, caminhar pela casa. Foram necessários esforços e abdicações, erros e tentativas, pois crescer é isso! É preciso sair e enfrentar os medos, as angústias, os tropeços.
6 – “Ele não sabia que, para os reis, o mundo é muito mais simples. Todos os homens são súditos.” O cenário está longe de ser exclusivo de uma monarquia. No entanto, para quem tem – ou almeja – o poder nas mãos, o resto é subserviência. Na verdade, os “reis” precisam bem mais dos seus “súditos” que os “súditos” dele…
7 – “É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar.” Não exija dos outros aquilo que eles nunca prometeram lhe dar, nem se obrigue a oferecer algo que não lhe pertence. Um amor, uma amizade, um carinho, um abraço, um reconhecimento, um pedido de desculpas, tudo acontece naturalmente e só tem valor quando é entregue sem cobranças.
8 – “O essencial é invisível aos olhos, e só se vê bem com o coração.” Uma das frases mais conhecidas de Antoine de Saint-Exupery e talvez, a mais verdadeira. O melhor de um amor, de uma viagem, de um encontro ou de um presente não é o que transmite aos outros, mas o quanto nos toca o coração.
Amores não se tornam mais verdadeiros quando atestados em contratos; Viagens não são mais incríveis pela quantidade de fotos que foram tiradas. Amizades não são mais honestas quando os envolvidos se falam todos os dias. O essencial a gente sente e, ao sentir, a gente sabe.
9 – “É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros.” Muitos sabem que olhar para dentro dói e, se é para machucar alguém, melhor que seja o outro…
10 – “A gente só conhece bem as coisas que cativou.” Esta frase define muito bem o que a gente sente no decorrer da construção de uma relação, seja ela de que tipo for. No começo, o outro parece longe, você mal sabe seus gostos e preferências. Mal sente a sua falta. Depois, é como se tudo ficasse mais próximo e a pessoa se fizesse necessária na sua vida. Daí você para e pensa: “Mas eu nunca imaginei. Era algo tão distante…”
11 – “É bom ter tido um amigo, mesmo se a gente vai morrer.” Porque amigos verdadeiros nunca, nunca morrem!
12 – “Os homens embarcam nos trens, mas já não sabem mais o que procuram.” O imediatismo social no qual vivemos nos proporciona viagens que, muitas vezes, nem desejamos fazer.
13 – “A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar.” Um pouco? A gente chora é muito! E chora pelas conquistas, pelas derrotas, pela saudade, pelos abraços que consolam, pelas palavras que incentivam… E, claro, pela confiança quebrada. Criar laços é iluminar os olhos, nos dois sentidos.
14 – “E nenhuma pessoa grande jamais entenderá que isso possa ter tanta importância!”
Muita paz em 2016 aos irmãos, cunhadas, sobrinhos, amigas e amigos que nos distinguem com suas leituras, comentários e compartilhamentos.