Nas pesquisas que fiz encontrei que “o medo é uma sensação de alerta de extrema importância para sobrevivência das espécies, principalmente para o ser humano”. “É um estado emocional que surge em resposta à consciência perante uma situação de eventual perigo. Ideia de que algo ou alguma coisa possa ameaçar a segurança ou a vida de alguém”. Realmente consiste em uma angústia a um risco de possível ameaça.
No Dicionário Aurélio medo é definido como “Estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários”. “Ausência de coragem”. “Preocupação com determinado fato ou com determinada possibilidade”.
”A palavra medo provém do termo latim metus. Trata-se de uma perturbação angustiosa perante um risco ou uma ameaça real ou imaginária. O conceito também se refere ao receio ou à apreensão que alguém tem de que venha a acontecer algo contrário àquilo que pretende.
O medo é uma emoção que se caracteriza por um intenso sentimento habitualmente desagradável, provocado pela percepção de um perigo, seja ele presente ou futuro, real ou suposto. O medo é uma das emoções primárias que resultam da aversão natural à ameaça, presente tanto nos animais como nos seres humanos”.
Uma pessoa sem medo nenhum pode se expor a situações extremamente perigosas, arriscando a própria vida, sem medir as possíveis consequências trágicas de seus atos. O medo é um sentimento muito desagradável e uma emoção bem primária que surge no animal ou pessoa de maneira natural e espontânea, perante a mínima percepção de um perigo ou dano.
No soneto “Medo do Medo”, é dito que: “Medo, esse sentimento natural,
é o que impulsiona e movimenta o mundo, que serve para nos proteger do perigo real, mesmo assim o medo é um ladrão fecundo.
Furta nossas emoções, causa desconforto, manifesta-se de varias maneiras, como modéstia, prudência, preocupação, pessimismo, inseguro porto.”
Para enfocar mais o título deste artigo, “Estamos todos com medo”, uso também trecho do poema “Às vezes tenho medo”: ”Às vezes tenho medo… Medo de olhar e enxergar, medo de sentir e gritar, medo de escorregar e cair na lama, medo de viver e morrer. Fico paralisada por algum tempo…”
O medo, falando do Brasil, invadiu o nosso país, a mente do nosso povo, fobias e mais fobias, estresse e mais estresse, depressão mais depressão e vamos ficando reféns do medo.
Tenho muito medo do chamado “Cidadão de Bem”, que se apresenta como paladino da honestidade, com promessas sonhadoras e falsas, mas que engana seus seguidores, “cidadãos de bem” que aparecem nos palcos, nos altares e na televisão.
Medo de ir à praça com meus filhos e netos, conduzindo brinquedos e cachorros. Medo de sair e ficar dentro da minha casa. Medo de andar de ônibus e medo de conduzir o meu veículo. Medo do motociclista que na maioria das vezes é um trabalhador. Medo de ir e sair do banco. Medo de andar na rua. Medo, muito medo de andar a noite. Medo de estar na longínqua e isolada morada na zona rural. Medo de usar o celular na rua. Medo de andar com dinheiro ou andar sem ele.
Os políticos estão com muito medo da Lava-jato e tudo estão fazendo para bloqueá-la. O desemprego já atinge mais de 12 milhões de pessoas e muitos estão com medo de perder o emprego que ainda tem. Os religiosos, em grande parte, não tem medo de Deus, são corajosos, pois vendem o seu nome com milagres a bons preços.
Medo da dengue, febre amarela, zica e chikungunya. Medo de ter que depender da saúde pública. Medo da insegurança. Medo de que meu filho ou meu neto sejam influenciados para o caminho das drogas. Medo de uma bala perdida. Medo de um sequestro. Medo de um estupro. Medo de um homicídio. Medo de ir ao estádio de futebol. Medo das falsas amizades. Medo dos traidores. Medo da fome. Medo da miséria.
Medo do futuro político do Brasil. Medo de quem vai continuar administrando o país. Medo das consequências sobre o que este desequilibrado presidente Trump, dos Estados Unidos, poderá gerar em consequência negativa e desastrosa para o resto do mundo. Medo daqueles que se vestem com a manta da honradez, da pureza e da honestidade, mas quando dela de despem, revelam-se como desonestos, criminosos e praticantes de atos de mero interesse pessoal.
Falar sobre o medo é muito complexo, abordo o tema de uma maneira cotidiana do medo e me valho de competentes estudiosos, para sentir lamentavelmente que o nosso ambiente, dia e noite, está contaminado pelo medo e suas implicações e consequências psíquicas no cotidiano das pessoas.
Na conclusão deste artigo 316, uso a psicóloga Karla Alessandra de Amorim Délia, que no artigo “Uma abordagem psicológica sobre o medo”, afirma:
“A relevância deste artigo se dá pelo fato de abranger um tema que emerge em rodas de conversa, em todas as faixas etárias e pode, de certa forma, implicar negativamente no convívio social. O medo que apavora, paralisa, impede e angustia, que muitas das vezes se apresenta como queixa nos consultórios de psicólogos e psicanalistas.
Medo de dirigir, medo de morrer, medo de baratas, medo de assombração, medo de envelhecer, etc. São tantos que elencá-los seria impossível.
Aquele que não tem medo, mesmo que lá no íntimo, atire a primeira pedra! Esta afirmativa se dá por sermos seres humanos, passíveis desses sentimentos e emoções, existe uma infinidade de fatores desencadeantes do medo, que podem acometer pessoas em todas as faixas etárias, podem ser passageiros, assim como tornar-se psicopatológicos”.
Não abordo e nem quero ser lido como pessimista, mas o momento é de medo e este medo que nós temos, deve servir como defesa, observando e vendo tudo ao nosso redor e não se esquecendo da proteção divina que devemos procurar, bem descrita na Bíblia: “O Senhor é minha luz e minha salvação; de quem terei temor? O Senhor é o meu forte refúgio; de quem terei medo?”.
Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil – barbosanunes@terra.com.br