Múcio Bonifácio Guimarães, O Pacificador.
Por José Héldison Carvalho de Aquino*
“Oh, quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Aarão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermon, que desce sobre os montes de Sião, porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”.
A Maçonaria Brasileira, em momento recente, passou por atribulações que se fizeram abalar estruturas, causaram desuniões e afloraram vaidades que contrariaram o mais sublime dos deveres do Irmão Maçom: viver em união.
O salmo 133, exalta a união e orienta a vida prática do povo de Deus. O autor deste salmo talvez tenha vivido num período de desunião e assim, quando vê a nação unida, percebe quão especial isto é. Enquanto alguns têm prazer em conflitos, precisamos ter um coração que se alegra com a união e enfatizar sua importância como boa e prazerosa.
Em tempos difíceis, sempre, se faz necessário atender ao “chamado”, ou seja, alguém precisa ser alçado à esta condição para atender ao “chamado” de pacificar e retornar à vivência em união.
Nesse contexto se inseriu o nosso amado Irmão Múcio Bonifácio Guimarães assumindo uma postura de Pacificador – aquele que promove a paz, que busca a conciliação. Na história da humanidade se destacaram alguns pacificadores, dentre os quais podemos citar Martin Luter King, Mahatma Gandhi, Madre Tereza, Nelson Mandela, e outros. Porém o maior e mais importante pacificador que já passou pela face da terra se chama Jesus, o Cristo, o Filho de Deus.
Sempre se perguntará “o porquê das atribulações?”. Muitas foram. Porém, das mais relevantes a “proibição da intervisitação” e os “interesses e vaidades” aflorados no pleito eleitoral para a administração do Poder Central, além doutras.
No que disse respeito à questão da proibição da intervisitação às Potências Maçônicas não constantes na “list of lodges” a mesma aflorou durante à realização da Suprema Congregação, em Brasília/DF, quando os Grão-Mestres Estaduais presentes instaram o então Soberano Grão-Mestre Geral, Marcos José da Silva, a posicionar o Poder Central sobre a questão da intervisitação. Ao contrário do que muitos pensam ou pensaram, não se tratou de um ato isolado, qual seja: a expedição da Prancha nº 110/2014-GGMG, em 15 de agosto de 2014, mas, com as vênias necessárias, um ato que abalou as estruturas da Ordem, se fazendo necessária a provocação à nossa maior instância o Supremo Tribunal Federal Maçônico que, em última instância, definiu os limites impostos à intervisitação.
É fato público e notório que a questão transbordou os limites da Ordem e serviu de estopim para a utilização exploratória e indevida, diga-se de passagem, por pseudo-candidatos à administração do Poder Central do Grande Oriente do Brasil cujos resultados são conhecidos pelos Irmãos Gobianos.
Abro um parêntesis para lembrar o que disse Múcio no seu discurso de posse: “…Na gestão que iremos iniciar no Grande Oriente do Brasil, entre outros princípios, vamos acolher a discordância, como forma de obter importantes ações de aprendizado e aprimoramento. A concordância faz com que permaneçamos estacionados. A discordância sadia faz com que cresçamos…”
Múcio Bonifácio, na acepção da palavra, é um construtor de pontes.
Assim, com este espírito de construir caminhos, a pacificação tornou-se visível no momento em que Múcio Bonifácio Guimarães buscou abrir canais de diálogos – pontes – com as representações da Maçonaria regular brasileira. Inegavelmente, há de reconhecer-se seu profundo trabalho em prol da união da Maçonaria regular Brasileira, representadas pelo Grande Oriente do Brasil-GOB, Confederação da Maçonaria Simbólica Brasileira-CMSB e a Confederação Maçônica do Brasil-COMAB.
Concretamente falando, a pacificação exteriorizou-se ante as tratativas empreendidas por Múcio Bonifácio Guimarães e que culminaram com a celebração dos Tratados de Mútuo Reconhecimento e Amizade entre as citadas Potências regulares e os Grandes Orientes Estaduais federados e confederados, daí a harmonia e a concórdia voltou a reinar no seio da comunidade maçônica regular do Brasil consubstanciando-se no maior anseio da base maçônica: viver em união.
O reconhecimento da atuação de Múcio Bonifácio Guimarães como pacificador foi e, continuará sendo, de suma importância para o crescimento e modernidade do Grande Oriente do Brasil e, quiçá de toda a Maçonaria regular brasileira, pois, ao experimentarmos a paz, união, harmonia e a concórdia, sentimos momentos felizes de bem-estar e segurança em nossos relacionamentos com os Irmãos. Porém, se faz necessário concitar a todos para a observância do nosso caráter de pacificadores nos âmbitos de nossos relacionamentos com os demais Irmãos, tornando-nos multiplicadores e proclamadores da paz.
*Grão-Mestre Estadual do GOB-RN, em Natal/RN, 13 de dezembro de 2019
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