O espetáculo foi extraordinariamente emocionante e com vibrações positivas para o povo brasileiro, levando ao mundo a imagem sofisticada tecnicamente de uma abertura fantasiosa, iluminada.
Quanto ao momento das Olimpíadas no Rio de Janeiro, com alguns pequenos deslizes, foi engrandecedor, reunindo 10.500 atletas das mais diversas modalidades de aproximadamente 200 países.
É evidente que o antes das Olimpíadas foi de atletas sacrificados, pobres, sem material para treinamento, com exceção dos esportes que rendem mais para a mídia. E o que será o depois?
Para quem irão os apartamentos da Vila Olímpica e a que destino será dado ao Parque Olímpico? Deveria ser um início da necessidade de um apoio para uma boa performance em Tóquio. Quero aqui deixar meus cumprimentos, em especial, aos atletas que não chegaram a medalhas e aos outros que lutaram e conseguiram, pois são eles que realizam seus sonhos e nossos também. Em homenagem a eles, registro o “Rap da Felicidade”, de Cidinho e Doka, emocionante música da abertura, interpretada pela cantora Ludmila e posteriormente adaptada no programa “Fantástico”, da Rede Globo, em homenagem à fenomenal Rafaela Silva.
“Eu só quero é ser feliz, andar tranqüilamente na favela onde eu nasci. É… E poder me orgulhar, e ter a consciência que o pobre tem seu lugar.
Minha cara autoridade eu já não sei o que fazer com tanta violência eu sinto medo de viver, pois moro na favela e sou muito desrespeitado, a tristeza e alegria que caminham lado a lado, Eu faço uma oração para uma santa protetora, mas sou interrompido a tiros de metralhadora, enquanto os ricos moram numa casa grande e bela, o pobre é humilhado, esculachado na favela. Já não aguento mais essa onda de violência, só peço autoridades um pouco mais de competência.
Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci. É… E poder me orgulhar, e ter a consciência que o pobre tem seu lugar.
Diversão hoje em dia não podemos nem pensar, pois até lá nos bailes eles vem nós humilhar. Ficar lá na praça que era tudo tão normal, agora virou moda a violência no local pessoas inocentes que não tem nada haver, estão perdendo hoje o seu direito de viver, nunca vi cartão postal que se destaque uma favela, só vejo paisagem muito linda e muito bela.
Quem vai pro exterior da favela sente saudade, o gringo vem aqui e não conhece a realidade, vai pra zona sul pra conhecer água de cocô, e o pobre na favela vive passando sufoco. Trocaram a presidência uma nova esperança, sofri na tempestade agora eu quero a bonança, povo tem a força, precisa descobrir, se eles lá não fazem nada, faremos tudo daqui.
Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci. É… E poder me orgulhar, e ter a consciência que o pobre tem seu lugar”.
Para o Japão em 2020, cinco novas modalidades foram acrescidas. Beisebol, surf, caratê, skate e escalada. Se voltarmos ao início das Olimpíadas encontraremos por volta de 2.500 a.C., os gregos criando os jogos olímpicos, fazendo homenagens aos deuses, com realização de competições. Porem, foi somente em 776 a.C., que ocorreram pela primeira vez os jogos olímpicos de forma organizada, com atletas de cidades-estados, que se reuniam na cidade de Olímpia para disputas que incluíam corrida de cavalo. Os vencedores eram recebidos como heróis em suas cidades e ganhavam uma coroa de louros.
Quando os romanos invadiram e dominaram a Grécia, muitas tradições gregas, entre elas as olimpíadas, foram deixadas de lado. No ano de 1896, os jogos são retornados em Atenas, por iniciativa do francês Pierre de Fredy, conhecido como Barão de Coubertin, participando 285 atletas de 13 países. Assim, desde sua primeira edição na Era Moderna, até o Rio de Janeiro, os jogos olímpicos cresceram, ao ponto de se transformarem no maior evento no planeta e o único capaz de reunir mais de duas centenas de países em uma mesma cidade. Nem a ONU consegue agregar tantas nações.
Então, quando bilhões de reais são desviados, furtados, por aqueles que deveriam nos seus cargos, nas suas empresas, nas suas atividades, contribuir e apoiar os sacrificados atletas brasileiros, cai em nossa consciência um inconformismo, para não dizer, uma revolta.
De 7 a 18 de setembro, teremos as Paralimpíadas 2016, um espetáculo mais emocionante ainda, através de seres humanos que superam dificuldades e são exemplos para todo o mundo.
As Paralimpíadas incluem atletas com deficiências físicas de mobilidade, amputações, cegueira ou paralisia cerebral, além de deficientes mentais, cuja falta de apoio é ainda maior. Foram realizadas pela primeira vez em 1960 em Roma, Itália. Têm sua origem em Stoke Mandeville, Inglaterra, onde ocorreram as primeiras competições esportivas para deficientes físicos, como forma de reabilitar militares feridos na Segunda Guerra Mundial.
“Há alguns anos, nas olímpiadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência, alinharam-se para a largada da corrida de 100 metros rasos. Ao sinal, partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar. Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os outros ouviram o choro, diminuíram o passo e olharam para trás. Então viraram e voltaram. Todos eles. Uma das meninas com Síndrome de Down ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: – Pronto, agora vai sarar! E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minutos…
Talvez os atletas fossem deficientes mentais…. Mas com certeza, não eram deficientes espirituais… “Isso porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir os nossos passos…”
Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil – barbosanunes@terra.com.br