Com meu reconhecimento aos maçons do Grande Oriente do Brasil, da cidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul, e por sugestão do Grão-Mestre Honorário do GOB-RS, Jorge Colombo Borges, produzo este artigo.
Em exercício do cargo de Grão-Mestre Geral, fui recebido em Porto Alegre pelo Grão-Mestre Estadual Jorge Pedron de Las LLanas, no dia 3 de março. Com ele frequentei a Loja “Amor e Caridade IV”, presidida pelo Venerável Er Gonçalves Bandeira. Na oportunidade foi apresentado e a mim presenteado pelo autor Luiz Fachin, um volume da sua última obra maçônica, intitulada “Virtude e Verdade – Graus Simbólicos – Tomo I”, editora AGE.
Na sequencia e no dia seguinte, fui levado à cidade histórica de Passo Fundo, distante de Porto Alegre cerca de 300 quilômetros. Neste dia 4 de março, a programação de início constou de homenagens pela Câmara Municipal de Passo Fundo, presidida pelo maçom, vereador Márcio Patussi, a mim, Grão-Mestres Jorge Pedron de Las LLanas e ao Grão-Mestre Honorário Jorge Colombo Borges.
Também às Lojas e seus Veneráveis, “Fênix” (João Darci Gonçalves da Rosa), “Cavaleiros da Arte Real” (Paulo Ricardo), “Estrela do Planalto” (Gleni Lemos Vieira) e “Giuseppe Garibaldi” (André Scopel). O ato foi motivado em face do templo que foi sagrado naquela noite.
A comunidade de Passo Fundo foi dignificada com um espaçoso e belo templo na cidade, nascido e construído com dedicação, esforço e sacrifício dos irmãos das Lojas “Fenix”, “Cavaleiros da Arte Real”, “Estrela do Planalto” e “Giuseppe Garibaldi”, o que aconteceu na presença de mais de 100 irmãos. A sessão foi conduzida pelo Venerável Mestre João Darci Gonçalves da Rosa, da Loja “Fênix”. No salão social, junto com a família maçônica, foi servido churrasco tipicamente gaúcho.
No sábado 5 de março foi instituída a ação “Grão-Mestrado Intinerante – Prestação de Contas 2015 – Planejamento 2016”, pelo Grão-Mestre Estadual do GOB-RS Jorge Pedron de Las LLanas, em reunião que contou com os veneráveis e irmãos da região.
A história de Passo Fundo é mais antiga que sua emancipação, que se deu em 28 de janeiro de 1857, mas de acordo com o historiador Fernando Miranda, há registros que em 1632 foi fundada nesta região, a “Redução de Santa Teresa”, sem falar na população indígena, que é muito anterior.
Recebi do maçom Rubem Freitas e passa a fazer parte deste artigo, fotos da parte externa e do templo inaugurado.
Do maçom e deputado estadual José Carlos Moretti de Araujo, recebi dados os mais detalhados sobre a grandeza e importância de Passo Fundo, registrados no Anuário intitulado “Passo Fundo – Gigante do Norte”.
Passo fundo teve um ícone da música regional que levou ao mundo o nome e os costumes da cidade. Vitor Mateus Teixeira, conhecido como Teixeirinha. Cidadão que sabia expressar a alma popular. Foi nome nacional, sustentou acirrado debate, frente a frente com um dos maiores apresentadores da televisão brasileira, Flávio Cavalcante.
Teixeirinha está imortalizado no coração dos gaúchos, especialmente de Passo Fundo, alvo de inúmeras homenagens, inclusive com nome de praça e uma estátua na principal avenida da cidade.
Passo Fundo foi para Teixeirinha, a sua amada terra, a terra do coração, o que expressou em várias canções, entre elas, a considerada maior de todas, “Gaucho de Passo Fundo”.
“Me perguntaram se eu sou gaúcho, Está na cara repare o meu jeito, Sou do Rio Grande lá de Passo Fundo, Trato todo mundo com muito respeito. Me perguntaram qual era razão, Eu ter orgulho em ser passo-fundense, Eu respondi sou da terra do trigo, Tem um povo amigo e quando luta vence, É um pedaço do Rio Grande amado, Orgulha o estado e o povo riograndense”.
Em outra poesia cantada, demonstrando sua saudade disse em “Cidade de Passo Fundo”: “Eu sinto todos os dias, saudades no coração, Lembranças cheias de dores, do meu querido rincão, Saudades de Passo Fundo, pra matar recordação, Não é lá no fim do mundo, vai depressa esta canção.
Meus patrícios brasileiros, não nasci no fim do mundo, Minha terra é no Rio Grande cidade de Passo Fundo. A recordação dos pagos, dói uma barbaridade, Ao lembrar de Passo Fundo, minha querida cidade, Aqueles pagos da serra digo com sinceridade, Vou rever a minha terra, pra matar esta saudade.
O meu planalto serrano, meus senhores me acredita, não é por eu ser de lá, minha cidade é favorita, É terra de boa gente, minha palavra está dita, Lugar de homem valente, terra de moça bonita”.
A passagem foi rápida, com certeza voltarei, pois de Passo Fundo já estou com saudades.
Ao retorno para Porto Alegre, junto com Jorge Pedron e Jorge Colombo Borges, ainda me deliciei, na cidade de Lajeado, do delicioso e famoso “Pastel do Veríssimo”, que tem a ver com o escritor Luis Fernando Veríssimo, quando de um encontro de escritores sul-americanos que se reuniam há alguns anos. Uma parte da reunião era feita em Porto Alegre, outra na cidade de Passo Fundo e no meio do caminho, Lajeado, e seu shopping na beira da rodovia. Numa parada aportaram em Lajeado e todos foram direto para a pastelaria, sob orientação do escritor, o que resultou numa crônica dele intitulada “Pastel do Veríssimo”, exposta em mural bem produzido na respectiva pastelaria do shopping de Lajeado.
Experimentei o pastel e lhe dou nota 10. Aqueles que passarem por Lajeado, não percam a oportunidade de saborear o “Pastel do Veríssimo”.
Obrigado maçons de Passo Fundo.
Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil – barbosanunes@terra.com.br.